Keila
Cristina S. Santos
A
teoria define a intenção da prática profissional, sendo assim não existe prática
profissional sem teoria, pois a teoria fundamenta a intervenção do
profissional.
O
objeto de intervenção define onde o profissional irá atuar desta forma a
questão social é o objeto genérico do Serviço social. A atuação do Serviço
Social está intrinsicamente ligada com as demandas do sistema capitalista.
O
serviço social surgiu no Brasil na década de 1930 no auge do reformismo conservador
interligada ao catolicismo, tendo uma concepção de caridade e como profissão inscrita
na divisão social do trabalho, propendendo subsidiar o controle social a partir
do agravamento dos conflitos entre capitalistas e trabalhadores.
A
teoria marxiana possibilitou considerar a questão social como objeto de intervenção
do serviço social, uma vez que Marx considera que o processo de trabalho visa
atender as necessidades humanas, entretanto o trabalhador fornece sua força de
trabalho e o capital gerado vai para o capitalista, o que Marx chama de
mais-valia.
“O produto, de
propriedade do capitalista, é um valor-de-uso, fios, calçados etc. Mas, embora
calçados sejam úteis à marcha da sociedade e nosso capitalista seja um decidido
progressista, não fabrica sapatos por paixão aos sapatos. Na produção de
mercadorias, nosso capitalista não é movido por puro amor aos valores-de-uso.
Produz valores-de-uso apenas por serem e enquanto forem substrato material,
detentores de valor-de-troca. Tem dois objetivos. Primeiro, quer produzir um
valor-de-uso, que tenha um valor-de-troca, um artigo destinado à venda, uma
mercadoria. E segundo, quer produzir uma mercadoria de valor mais elevado que o
valor conjunto das mercadorias necessárias para produzi-la, isto é, a soma dos
valores dos meios de produção e força de trabalho, pelos quais antecipou seu
bom dinheiro no mercado. Além de um valor-de-uso quer produzir mercadoria, além
de valor-de-uso, valor, e não só valor, mas também valor excedente (mais
valia). Tratando-se agora de produção de mercadorias, só consideramos realmente
até aqui um aspecto do processo. Sendo a própria mercadoria unidade de
valor-de-uso e valor, o processo de produzi-la tem de ser um processo de
trabalho ou um processe de produzir valor-de-uso e, ao mesmo tempo, um processo
de produzir valor”. (MARX, Karl)
Neste
período o profissional desempenhava um trabalho moral voltado para a igreja
católica, tendo um papel de moralizador e educador da classe trabalhadora,
atualmente o profissional é articulador e mediador, possui uma visão critica e
plena consciência de que os usuários são sujeitos históricos e de direitos.
Sendo assim o projeto ético político
da profissão resulta das constantes lutas de classes, que busca uma sociedade igualitária
a prática profissional deve ser propositiva e estar embasada teoricamente, atualmente
a profissão é regida pela lei 8.662 /93, que define os direitos e deveres do
assistente social, ou seja, suas competências e atribuições.
Os meios
utilizados para intervenção do profissional são os instrumentos tais como:
conhecimento, recursos técnicos, recursos materiais, recursos organizacionais, recursos
financeiros. Sendo assim podemos definir como instrumentos as entrevistas grupais,
individuais visitas domiciliares, relatório, levantamento sócio econômico,
escuta ativa, dossiês, observação, pesquisa, análise institucional, visita
domiciliar, etc.
É valido
ressaltar que a pratica profissional deve estar sempre respaldada em uma base
teórica, calcadas na dimensão teórico metodológica, técnica operativa e ética política.
Referencias:
IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na
Contemporaneidade: Trabalho e Formação Profissional. 12ª ed. São Paulo, Cortez,
2007.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ma000067.pdf
acessado em: 15/04/2016
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